Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.

Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.

Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.

Jalal al-Din Husain Rumi - Poema Sufi

Faltam-te pés para viajar?

Viaja dentro de ti mesmo,

E reflete, como a mina de rubis,

Os raios de sol para fora de ti.

A viagem conduzirá a teu ser,

transmutará teu pó em ouro puro.

Morgenstern?! Ao final do Blog!


terça-feira, 16 de outubro de 2012

BIDI - 14 de outubro de 2012 - AUTRES DIMENSIONS

(Nota: Foto do céu em Embu das Artes - S.Paulo - 10/2012, muito grata a Cinthia)




Bem, BIDI está com vocês, e eu os saúdo. Nós vamos, se vocês o querem, continuar nossas trocas, e eu os escuto.

Pergunta: dores fortes nas costas no nível das Portas são a consequência de algo que se instala?
Tudo o que toca esse saco de comida não me concerne de modo algum. É claro que existem respostas à sua questão, mas quem coloca a questão?

O que é que, em você, tem necessidade de identificar, de referenciar, de definir, de localizar, de compreender?

É necessário apreender que enquanto existe uma interrogação referente a esse saco, mesmo através dos aspectos denominados Vibratórios ou energéticos, qualquer que seja o elemento referido (que vocês o chamem Kundalini, que vocês o chamem Shakti, quaisquer que sejam os nomes que existam, em um nível de realidade), isso não concerne de modo algum ao que vocês são, em realidade.

Eu os lembro que não existe nenhuma solução de continuidade entre a Unidade e o Absoluto, mesmo em meio a uma forma. O conjunto dos mecanismos (denominados Vibratórios, vividos de diferentes maneiras, hoje, como antes no passado), não têm nenhuma realidade fora do que vocês vivem neste tempo.

O que é para viver é para viver. A busca de sentido do que é vivido traduzirá sempre a interrogação da consciência. Que ela seja separada ou unificada isso não muda nada: qualquer consciência não é senão uma projeção. Enquanto existe uma consciência, qualquer que ela seja, vocês não podem estar na a-consciência.

Assim então, eu o convido a superar a busca de sentido, e é preferível entrar na vivência do instante além de qualquer sentido buscado pela própria consciência, pois não há outra maneira de ser Absoluto.

Enquanto a consciência existe, há, de uma maneira ou de outra, projeção, e portanto percepção, e portanto sentido qualquer que ele seja. Ora, qualquer que seja o sentido, enquanto não há processo de tranquilidade, de meditação se você quer, enquanto há um observador, não há Absoluto. O que quer que seja que se instale ou não.

É claro, existem leis próprias para esse saco e para a interação desse saco com a consciência, quer essa consciência seja separada, em relação à pessoa, ou Unificada, isto não muda o sentido.

Qualquer explicação, qualquer busca de sentido apenas faz projetar a consciência, qualquer que ela seja, para ainda mais longe do Absoluto.

O Absoluto contém a consciência. Eu os lembro que é o Centro, presente em todos os pontos e todos os lugares, que não tem o que fazer de uma insignificante projeção.

O que jamais apareceu, jamais desaparecerá, e é o que vocês São, em Verdade.

Colocar, colocar-se no ponto de vista do sentido e da explicação, apenas fará sempre tranquilizar o mental, o ego, a pessoa, mas não diz respeito, em nada, ao Absoluto que você É.

A única maneira de apreender, além do mental, o que significa, além de qualquer sentido, o que é vivido, é fazer desaparecer o próprio observador, que observa o que é vivido.

Eu não retomarei o exemplo do teatro, mas é assim, enquanto observador, você me pergunta por que, na cena do teatro, tal pessoa sente tal coisa.  Ou, eventualmente, por que o observador sente tal coisa.
Eu o convido então, e eu os convido então, de maneira cada vez mais insistente, a superar a observação do que quer que seja.

Porque, enquanto vocês observam, enquanto vocês percebem, enquanto há consciência, há interação em meio a uma camada do real ou a uma camada da cebola que não é a cebola em sua totalidade.

Sentir uma dor nesse local desse saco traduz, é claro, a interação entre a consciência limitada e a consciência dita unificada. Mas tanto uma como a outra não são Absolutos.

Lembre-se que qualquer conhecimento não é senão ignorância. O verdadeiro conhecimento reconhece isso. Porque ele sabe que tudo o que é observado, mesmo de maneira importante, como um processo nomeado espiritual, como o despertar da Kundalini, é apenas um espetáculo que não conduz a parte alguma, porque ele não se endereça a este mundo.

Enquanto você não reencontrou o que você É, antes de qualquer sentido de uma identidade, qualquer que ela seja (o que quer dizer uma localização e uma projeção da consciência), você não pode estar tranquilo, e ainda menos Liberado. Porque o que você É, está Liberado, de toda Eternidade.

Lembrem-se: não é jamais uma pessoa ou um ego que está liberado, mas sim vocês, o que vocês São, que está Liberado do ego, da pessoa.

Aí também, é uma questão de ponto de vista, mas esse ponto de vista não é uma opinião, nem mesmo um posicionamento da consciência, mas sim, realmente, o que vocês São, em Verdade.

Eu completarei dizendo que qualquer percepção está ligada apenas a uma modificação de equilíbrio. Que isso seja a mudança do corpo, a mudança de uma ideia, o movimento do que quer que seja, tudo isso traduz apenas uma projeção da consciência, em meio a um efêmero.

É necessário superar a noção de movimento, a noção de percepção, a noção de sentido, mesmo, do que é vivido. É, se posso nomeá-lo assim, o estado o mais indispensável, uma vez que encontrar esse estado de Imobilidade (o que você É, em Verdade), dá sentido e explica, além do mental, as razões de ser ou de não ser de tal manifestação. Mas não faz da manifestação, seja ela o despertar da Kundalini, uma finalidade. Porque vocês enganam-se, neste caso.

Quem busca? Quem procura? O que é, senão a consciência, que observa, que separa ou que unifica?

Existe um ponto onde você está presente, em todos os pontos. É desta posição (que está além de qualquer lugar e de qualquer ponto) que você vê o que você É.

O que você É não pode, de modo algum, ser conhecido, qualquer que seja a percepção ou o conhecimento do que lhes é conhecido. É impossível.

Pergunta: A compaixão tem um lugar no Absoluto?
O Absoluto é a compaixão, mas não a compaixão exprimida do ponto de vista do ego, da pessoa ou deste mundo. A compaixão diz respeito a uma consciência e uma outra consciência e uma transferência que se efetua dessa consciência, à segunda consciência, e é claro, da segunda, à primeira consciência.

Há, portanto, movimento. Há, portanto, percepção. Isso não muda, de modo algum, o ponto de vista e não concerne de modo algum o Absoluto, que contém o Tudo, o Nada, o conjunto das experiências, o conjunto das consciências, a FONTE, tudo o que é efêmero.

Mas se seu ponto de vista o coloca somente na expressão da compaixão, da empatia, do carisma, e mesmo do amor, no sentido da pessoa, não resolve nada.

O que subjaz e carrega o Absoluto e o Amor, o Éter, o que transporta o Amor e o Éter (em sua forma harmoniosa ou desarmoniosa) concerne à consciência.

O Absoluto não pode experimentar nada. Ele não é, por isso, ausente, mas, bem ao contrário, totalmente presente à Última Verdade: é o estado de Jnani, o estado de conhecimento, que reconheceu que qualquer conhecimento desse mundo, onde vocês estão, não representa, em definitivo, senão uma Ilusão, senão uma verdade volátil, que não tem nenhum sentido em meio ao que você É.

O Absoluto, se posso dizê-lo assim, reconhece-se ele próprio. E não pode existir, em meio a um Absoluto com forma (mesmo manifestado em meio a uma pessoa ou em meio ao Coração), interrogação sobre o estado Último que é vivido.

O Absoluto com forma, o Jnani, observa a compaixão, observa o desenrolar da consciência, mas pode também passar-se de qualquer observação imergindo-se na Morada da Paz Suprema que, é claro, é uma compaixão que eu qualificaria de total, que não tem necessidade de ser exprimida e manifestada para com uma outra consciência, mas, bem mais, sobre o conjunto das consciências.

Há portanto uma despersonalização, em Shantinilaya, que os coloca em estado de completude. Essa Infinita Presença ou Completude conduz-se por ela própria, a partir do instante em que o observador desaparece, e portanto a consciência desaparece, e os coloca imediatamente no Parabrahman, nesse Absoluto e nesse Último, que, eu os lembro, jamais se moveu, jamais se deslocou, jamais apareceu, e portanto não desaparecerá jamais: é o que vocês São.

Somente a ilusão da atribuição a uma forma, somente a Ilusão de ser uma consciência, os têm, de algum modo, desviado do que vocês São.   

Pergunta: E quanto à doçura no seio do Absoluto?
A doçura é diferente para cada um. Cada um tem uma escala de valores própria tanto em relação à doçura, como ao Amor, à Verdade, à Ilusão, à mentira. Cada um, cada pessoa, no seio de um saco, tem a sua própria escala.

A sua escala é função de quê? Das suas experiências e, portanto, da sua própria consciência. No Shantinilaya (que foi traduzido como Morada da Paz Suprema) não há lugar senão para o Absoluto.

Não se pode dizer que o Absoluto está preenchido (ou desprovido) de doçura, não se pode dizer que ele está cheio (ou vazio) disso, já que ele está bem para além de tudo isso. Mesmo o desejo de doçura, como o desejo de amor, neste mundo, não faz senão traduzir a falta, porque aquele que é doce não se coloca nunca a questão da doçura. Aquele que é violento não se coloca nunca a questão da violência.

A doçura, como a violência, não são senão colorações da consciência, certas, definidas como agradáveis ou desagradáveis, mas que só se referem ao efêmero.

Enquanto houver uma identificação com este saco, enquanto a refutação e a pesquisa não forem levadas ao seu termo, certamente, se colocará a questão da compaixão, da doçura, da Vibração emitida, da Vibração recebida, da consciência percebida. Mas isso, em caso nenhum, se refere ao Absoluto.

Vocês não podem exprimir, neste mundo (e, portanto, manifestar uma consciência, inscrita num corpo) senão o que vocês próprios conhecerem desse princípio da falta, desse princípio de ausência, que vos conduz a procurar a doçura, o amor, a violência, a amizade. Pouco importa.

Enquanto vocês considerarem isso como verdade, vocês estão na procura. Mas aquele que procura mostra, por isso mesmo, a sua ignorância do que ele É. Porque aquilo que tu És, tu o És. Tu não podes, portanto, procurá-lo, nem na doçura, nem na completude, nem na incompletude de quem quer que seja, ou do que quer que seja.

Porque tu não farás mais do que, através disso, exprimir um movimento de uma procura, ligada a um vazio ou a uma plenitude. Enquanto este gênero de procura e de pesquisa existir, o Absoluto não é revelado. Eu vos lembro que o Absoluto não pode ser qualificado, de forma nenhuma, porque desde que haja qualificação, emoção, definição, sentido, há projeção, há consciência.

E enquanto a consciência estiver presente, quer ela seja, mais uma vez (separada ou Unificada), isso não muda estritamente nada ao problema da própria consciência. Enquanto houver movimento vocês não são o que vocês São, qualquer que seja este movimento.

O movimento traduz uma procura, qualquer que ela seja, quer isso seja no saco de comida ou no saco mental. É justamente isso que vocês devem perceber antes de se desviarem, mesmo, desta percepção. É o exemplo que eu tenho, muitas vezes, exprimido, relativamente à cena de teatro, ao espectador, ao teatro, em si mesmo, e àquele que saiu de tudo isso.

Dito de outra forma, a consciência pode ser sem fim, sem, no entanto, nunca atingir um qualquer Absoluto. Nenhuma consciência, nenhuma Vibração vos pode conduzir a ser o que vocês São. É justamente o que alguns Anciãos denominaram a maturidade espiritual que vos faz viver e compreender, para além do mental, a estupidez e a inépcia de toda a procura. Vocês não podem procurar o que vocês São, porque vocês já o São, desde sempre.

Pergunta: Se nós formos Absoluto, qual é então o interesse de toda a criação da Ilusão?
Observar-se a si mesmo. São os jogos da criação e da manifestação, quaisquer que sejam o que vocês denominam as Dimensões. É um jogo de papeis, mais ou menos agradável, mais ou menos detestável, mas que não conduz a parte nenhuma. A Ilusão é justamente crer numa qualquer evolução.

O que é perfeito não pode evoluir. O que vocês São, o É, desde sempre. Somente o ego crê numa evolução. Somente o conhecimento daquele que acredita nisso o faz perceber um sentimento de evolução.

O que vocês São não precisa de tempo. O que vocês São não precisa de experiências. Crer que é preciso experimentarem (ou evoluir) é uma ilusão da pessoa, de um conjunto de pessoas, de uma comunidade de pessoas, ou mesmo de um próprio mundo.

Enquanto vocês estiverem acorrentados a este princípio temporal de evolução, vocês não podem ser Livres. Ora, o que vocês São, É a Liberdade. O interesse não se define senão pela consciência, qualquer que seja a sua forma de manifestação. Para o Absoluto que vocês São, isso não tem estritamente nenhum interesse, nenhuma vantagem, nenhum objetivo, nenhuma finalidade, senão entreter, em permanência, a roda da ilusão ou Samsara.

Esta roda não para nunca, porque vocês a alimentam. Vocês estão num sonho comum, que não tem nenhuma realidade absoluta, nenhuma substância, ainda que vocês tenham disso a percepção diametralmente oposta. Mas, para realizar isso, para Ser este Absoluto, é preciso aceitar, já, mudar de ponto de vista, refutar todo o efêmero, ter realizado a vossa pesquisa.

E a vossa maturidade chegará à conclusão que tudo isso não é senão uma ilusão, mantida por um sonho comum e por leis que não têm nada a ver com o que vocês denominam a Graça. É uma armadilha.

Pergunta: É importante Ser Absoluto no momento do planeta grelha?
O Absoluto, que tu És, não tem nada a ver com o planeta grelha. Eu vou-te fazer compreender, através de imagens. Eu vou tomar uma outra imagem: há uma marioneta que se movimenta graças aos fios. Há uma mão que segura os fios. Aqui, neste mundo, tu és uma marioneta.

Vocês não veem nem os fios, nem a mão, nem quem está para além da mão que movimenta a marioneta. E vocês são a marioneta. Chega um momento, um tempo (que dá a impressão de uma linearidade), em que vocês percebem os fios e a mão.

O que é que se passa, nesse momento? Como no caso do teatro, vocês tomam consciência que vocês não são nem a marioneta, nem os fios que fazem mover a marioneta. Mas não é preciso parar aí. O que chega, com o planeta grelha, como vos disse aquele que vocês denominam o Comandante (ndr: O.M. AÏVANHOV), é o retorno do Éter Primordial, do Fogo Original, do Fogo de Amor, que é uma qualificação e um qualificativo da manifestação d’A FONTE.

O planeta grelha corresponde à Unidade, À FONTE, à LUZ. Mas enquanto vocês não estiverem Despertados para o que vocês São (que está para além d’A FONTE), vocês não são Livres. O planeta grelha é a reminiscência, não do Absoluto, mas da Fonte.

Enquanto vocês viverem este acontecimento como exterior a vocês, ou como interior a esse saco, vivendo-o em qualquer parte (como o Coração, a Kundalini, o chacra coronal ou qualquer que seja o chacra), vocês estão ainda distantes. Vocês veem os fios que queimam e a marioneta que cai (que não está mais animada), mas vocês não são nada disso, porque vocês existirão ainda numa projeção. Todo o problema vem da manutenção do efêmero.

O Absoluto não é a Fonte. O Absoluto contém (se assim o posso dizer) A FONTE. Eu diria que A FONTE se manifesta e se implanta graças ao Absoluto. O que se passa, neste momento, em vocês, como sobre a Terra, como no que vocês denominam profecias, realizações, manifestações, quaisquer que elas sejam, não são senão jogos da consciência.

O Absoluto não é uma consciência. Algumas consciências, inscritas num saco de comida, na ocasião de um movimento diferente, de uma transformação de um meio (ambiente), sob a ação do Fogo, provocam uma deslocação e, portanto, um movimento. Por vezes este movimento pode aparecer como uma retração, uma sideração que pode, efetivamente, fazer desaparecer a consciência e, portanto, Ser Absoluto.

O interesse não se define senão em relação à consciência. Mas se tu o exprimes, isso mostra simplesmente que o teu ponto de vista é o da pessoa. Porque o Absoluto não tem nada a ver com o que se torna este mundo, esse saco de comida ou mental. Ele não está mais preocupado com isso.

A Morada da Paz Suprema não pode ser alterada por qualquer modificação do meio ambiente, do mundo, ou mesmo desse corpo. É sempre o ego que aspira a ser Livre. Vocês, vocês não têm que Ser Libertados, a partir do instante em que vocês saiam do jogo da consciência. Porque dizer «Ser Libertados» é, portanto, admitir que vocês não são Livres.

Tudo vem, simplesmente, da localização da vossa consciência, ou de uma consciência, na marioneta, nos fios, na cena de teatro, ou na poltrona do espectador, ou ainda fora de tudo isso. Mas um movimento brutal, violento, conduz (por fenômeno de contração ou de sideração) a escapar para fora da consciência. Nesse momento, o Absoluto com forma está presente.

Ele sempre esteve. Não é um objetivo a realizar, a concretizar, mas é simplesmente Ser o que tu És, para além de toda a forma, de toda a identidade, de todo o mundo, de toda a Dimensão. Um dos Anciãos vos explicou o jogo da Luz, o jogo da Sombra e da Luz, da projeção da Luz através de uma forma (ndr: ver as intervenções de IRMÃO K, na seção “essenciais”).

O sofrimento desse corpo, o fim desse corpo, não se refere senão à consciência que está inscrita nele. Mas a partir do instante em que a consciência não está mais inscrita nele e se torna, portanto, Unificada, manifestando a Presença ou mesmo a Infinita Presença, o único obstáculo ao Absoluto é o próprio observador.

O observador tem necessidade de sentir, de Vibrar. É quando isso desaparece que tu És Absoluto. Nesse momento, tu passas de um estado a outro sem nenhuma problemática, sem nenhuma dificuldade e, sobretudo, tu não te colocas nunca mais a questão do que tu és, do que tu serás ou do que tu foste, porque isso não se refere senão à pessoa e a nada mais.

Pergunta: O Absoluto revela-se quando a Merkabah desce até ao Coração?
Isso pode ser possível, mas não é uma consequência. O que vocês denominam movimento de forma, de Vibração, de um lugar para outro desse corpo, refere-se, certamente, à consciência Unificada. Mas o Absoluto não é isso.

A Ascensão, como vocês a denominam, ou a morte, ou o aparecimento no seio deste mundo pelo nascimento, não muda estritamente nada à tua natureza. Mais uma vez, é o ponto de vista.

Enquanto tu te colocares na pessoa, tu te pões a questão do destino dessa pessoa ou dessa consciência. Mas tu não és, nem essa pessoa, nem essa consciência manifestada. Tu estás para além disso. Eu o redigo, neste dia, uma terceira vez: não és nunca tu que és Libertado, enquanto ego, mas é antes o que tu És que é Libertado do ego e, portanto, das garras do saco de comida, ou mental.

Quando tu és Libertado das garras do saco de comida, ou do saco mental, quando tu és Libertado da própria consciência, então tu encontras, realmente, o que tu És. Não pode existir, a esse nível, nenhuma dúvida. Não é, nem uma certeza, nem uma evidência, e ainda menos um sentido ou uma significação, mas antes a integralidade do que tu És.

Pergunta: Como pode haver Absoluto com forma, já que a forma se acompanha de uma localização da consciência?
Aquele que é Absoluto com forma está consciente que existe um corpo, uma atividade do pensamento, uma história. Mas ele não está mais identificado com tudo isso.

A maior problemática que vocês evocam, desde há muito meses, refere-se unicamente a isso. É o vosso ponto de vista que é falso. Vocês não podem conservar o ponto de vista de uma pessoa, de um ego, ou de um Ser Despertado na Luz, e ser o que vocês São. É impossível. A própria questão, colocada desta forma, mostra que ela tenta compreender como não estar localizado, mesmo estando numa forma. Eu te responderia: «sai dessa forma». Não numa quimera, não numa fuga, não numa projeção, mas parando toda a consciência.

E aí se revela o que tu És, sem nenhuma dificuldade, sem nenhuma interrogação, sem nenhuma dúvida, sem nenhuma projeção e sem nenhuma ilusão. Mas enquanto tu não fores este Absoluto, como podes tu sê-lo, enquanto tu não o viveres tu mesmo, enquanto realidade última, como única verdade? Absoluto com forma, ou sem forma, não muda estritamente nada. Simplesmente, aquele que mudou o seu ponto de vista (porque a sua consciência está inscrita numa pessoa, num saco), esse, vive o Absoluto, qualquer que seja o destino desse saco, qualquer que seja o destino dessa forma, desse corpo, como deste mundo.

Não é uma recusa da vida, mas muito mais entrar na Verdadeira Vida e não no reflexo da vida. Vocês tomam o reflexo como Verdade. Como aquele que observa os jogos da sombra e da luz projetados pela Luz.

O Absoluto não é, nem uma questão de forma, nem de consciência, qualquer que ela seja. Eu diferenciei Absoluto com forma de Absoluto sem forma, por razões didáticas. Mas aquele que descobre o que ele É, de toda a Eternidade, não é mais afetado por esse corpo, por nenhuma interação deste mundo, mesmo que ele possa jogar, interagir, aí. Mas ele está consciente que é um jogo, que isso não é a Verdade.

Ele não está mais submetido, nem à sua própria forma, nem à sua própria consciência. O problema vem do fato de vocês definirem tudo em relação à consciência. Ora, efetivamente, tudo pode definir-se através da consciência, mas não o Absoluto. Ser Absoluto com forma, é desaparecer de si mesmo. É o Abandono do Si. É aceitar desaparecer, na totalidade.

O que não quer dizer pôr fim, de uma qualquer maneira, a esse saco ou a esses sacos, mas, verdadeiramente, não estar mais identificado com ele, nem localizado. Certamente, o ego e a consciência vão crer que é a morte, porque, efetivamente, é a sua morte. Mas a morte deles não significa a tua morte. Quem morre? O saco de comida. Quem morre? As ideias, os pensamentos. Mas o que tu És não pode morrer, nem mesmo nascer.

Nós não temos mais perguntas, nós lhe agradecemos.

Então, BIDI vos saúda. E nós vamos viver, juntos, para além da percepção, para além do vosso saco, para além das vossas Vibrações, o que se mantém no centro do Centro, longe de todo o movimento, de toda a localização e de toda a consciência.

… Partilhamento do Dom da Graça …

Não observem nada, não façam nada. Como vos disse UM AMIGO: «permaneçam tranquilos». Despareçam de si mesmos. Não observem nada. Não decidam nada.

… Partilhamento do Dom da Graça …

Como vos disse um Ancião, aceitem não ser Nada, para Ser Tudo, para além do Todo.

… Partilhamento do Dom da Graça …

Se vocês se esquecerem de si mesmos, enquanto forma, enquanto história, enquanto memória, enquanto identidade.

… Partilhamento do Dom da Graça …

E bem, BIDI vos diz: adeus e até uma próxima vez.



Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1643
14 de outubro de 2012
(Publicado em 15 de outubro de 2012)
Tradução para o português: Ligia Borges, Cris Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com/

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